Artista Gaúcho, Vítor vai além dos Pampas e fala muito mais. Introduz contemporaneidade aos campos, aos cavalos, à bombacha, ao chimarrão.
Certa vez eu estava curiosa para conhecer este artista, no final da década de 80. Estava no Rio Grande do Sul, e entrei numa loja de música gaúcha tradicionalista. Pedi candidamente se o vendedor poderia me mostrar algo deste artista, e ele me soltou os cachorros: "Vítor Ramil não é um artista de Música Tradicionalista!". Rapaz, o vendedor da loja ficou TÃO bravo que eu pensei com meus botões se a música era pornográfica, fazia apologia ao crime ou mandava que todos os gaúchos andassem de motoca ao invés de andar de cavalos, ou ainda trocarem o chimarrão pela coca-cola. Sei que fiquei muito amedrontada com o dono da biboca, saí com o rabo entre as pernas e só fui conhecer o Vítor Ramil com o advento dos downloads na net. E a música dele é espetacular. Tem uma poesia marcante, as músicas com a sonoridade geralmente introvertida. A voz é de tenor, cantando com destreza e valendo muito mais do que todo o arsenal daquela loja insalubre que ficou no passado. Sua poesia está, em qualidade e desconhecimento, para um Luiz Tatit dos Pampas. Destaque para a belíssima música ‘Grama Verde’, que metaforiza o cinema.
Vítor compôs a música ‘Estrela, estrela’ que foi cantada em algum festival nos anos 80. E é irmão da dupla Kleiton & Kledir, seus dois irmãos que tiveram visibilidade na cena brasileira também na década de 80.
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